De que maneira a influência do universo africano é apresentada nos livros didáticos brasileiros, produzidos entre 1950 e 1995? A historiadora Maria Telvira da Conceição, no artigo intitulado "Os discursos da racialização da África nos livros didáticos brasileiros de História (1950-1995)", analisa de forma acurada como foi alimentada uma lógica excludente, ancorada em categorias coloniais, utilizadas nos livros didáticos.
A produção didática é dimensão fundamental na produção de discursos que contribuíram para alicerçar uma visão racializadora da África. O desafio proposto no artigo é o de requisitar novos referenciais epistemológicos que ajudem a pensar o status da escrita escolar e de suas bases racializantes.
Resumo: "O artigo analisa como a visão sobre a África nos livros didáticos brasileiros de História, em particular os que compreendem esta produção na segunda metade do século XX, assumem uma dimensão racializante nos discursos alusivos aos povos africanos e afro-brasileiros. Constitui-se numa produção que realoca significados e visões constitutivas de um discurso mediado por pressupostos epistemológicos e por um viés pedagógico, ambos, ancorados em uma plataforma racializadora. Nesse sentido, tomando como base dados de um estudo de doutoramento, apresenta-se uma espécie de mapeamento dos elementos discursivos que compõem o teor racializante dessas abordagens, sobretudo no que tange ao conteúdo escrito e imagético, aspectos fundantes para a compreensão da dimensão dessa problemática no âmbito da escrita escolar".
Maria Telvira da Conceição é líder do Grupo de Pesquisa em História, Cultura e Ensino africano, afrobrasileiro e americano - GEPAFRO.
O GEPAFRO é um grupo de pesquisa vinculado ao Labore.
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