Na história da formação social cearense, marcada pelo latifúndio, escravização e exploração dos camponeses, diversos grupos obtiveram bens através do mecanismo de "mercês". O Prof. Raimundo Nonato de Souza* analisou a história de homens negros e mulatos que se tornaram senhores de terras, escravos e títulos militares, nos sertões do Acaraú, durante o período colonial.
No artigo "Negros e mulatos senhores de bens por mercês na ribeira do Acaraú (1709-1800)", o Prof. Dr. Raimundo Nonato de Souza, membro do NEHSA, analisa as estratégias daqueles homens, que não obstante o "estigma da cor", "da falta de qualidade", segundo a ideologia colonial portuguesa, conseguiram acesso ao privilégio de obter terras e escravos.
"Os negros partícipes do processo de reconquista e ocupação da capitania do
Ceará, não foram contemplados apenas com terras, mas com diversos títulos militares, o que os diferenciava dos outros negros livres, libertos e escravos. Felipe Coelho de Morais, Francisco Dias de Carvalho, Bento Coelho de Morais, Manoel Dias de Carvalho e outros seus parentes, por exemplo, eram reconhecidos
como: capitão, ajudante, tenente coronel, coronel das entradas ao sertão".
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*Raimundo Nonato de Souza é Professor da Universidade Estadual do Vale do Acaraú, membro do Núcleo de Estudos em História Social (NEHSA).
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